Os textos a seguir são de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas ou com fatos reais terá sido mera coincidência. Especialmente com você.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoismo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente. Não é preciso perder pra aprender a dar valor. E os amigos? Ainda se contam nos dedos.

O inferno são os outros - Detonautas

O que seria da tua beleza
se eu fechasse os meus olhos para você?
Do que adiantaria essa tua ideologia
se a tua própria liberdade se transformasse em opressão?

Escute o meu silêncio

Talvez você nem tenha percebido
que eu te quis também
Se ao menos eu pudesse te mostrar
que o inferno são os outros

Você não quis me escutar
e o tempo não parou

Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Deixo a porta aberta se quiser voltar
mas saiba que eu também consigo viver só

A solidão quem me ensinou a ser mais forte
E a qualquer lugar eu vou sem medo

Você não quis me escutar
e o tempo não parou

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fossemos música. E isso explica tudo, mas ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quem nunca namorou de longe, não vai conseguir entender metade do que eu vou escrever nessa crônica, porque só quem já passou por essa experiência sabe o quanto ela é difícil. Mesmo assim vou tentar explicar, para todas as vezes que vocês se depararem com alguém reclamando da ausência do namorado, não começarem com as manjadas frases que não fazem nada pela pessoa solitária: “Ah, mas pelo menos quando vocês se encontram tudo é festa, nem tem tempo pra brigar.” Ou: “O tempo está passando rapidinho, logo o próximo feriado chega.” Ou ainda: “É bom que no período que ele está longe você pode curtir com os amigos.”

Só quem namora à distância sabe o quanto essas frases são mentirosas. O tempo não está passando rapidinho, pode até passar pra quem está com o namorado do lado, podendo ir com ele ao cinema em plena quarta-feira, mas pra quem conta cada dia para o próximo encontro, o tempo custa a passar. Chega o Natal, mas não chega o fim-de-semana. E quando finalmente ele chega, aí sim, o tempo voa. E lá vamos nós, voltar para a contagem regressiva até a próxima vez.

Quem namora (não só à distância) sabe que sair com os amigos quando se tem namorado não é nem de longe tão divertido quanto sair com os amigos na condição de solteira. Primeiro, porque os amigos se dividem em dois grupos: solteiros e casais. Os solteiros geralmente saem para paquerar. E os casais não querem saber de vela (a não ser que sejam outros casais). Ou seja: quem namora e não tem o namorado por perto é um pária da sociedade, um excluído. Eu, por exemplo, não gosto de segurar vela. E nem acho graça (e nem acho lícito) paquerar outras pessoas. Acabo então, na maioria das vezes, indo só ao cinema, onde não têm apenas casais e a paquera não é obrigatória, mas isso acaba agravando a saudade, porque cinema é o lugar onde namorado mais faz falta, seja pra dividir a pipoca, os beijos ou as opiniões depois que o filme terminar.

Só quem tem que namorar pelo telefone sabe que essa história de ter menos brigas por causa da distância é pura ilusão de quem nunca passou por essa situação. A quilometragem que separa um casal é diretamente proporcional à quantidade de ciúme. Você, toda bem intencionada, confia no seu namorado, acredita que ele está lá tomando um choppinho com os amigos e sentindo tanto a sua falta quando você está dele. Até que chega a sua amiga e te diz que ele, com certeza, está na gandaia, que é pra você abrir o olho. Vem o cara que te paquera no barzinho (naquela tentativa que você fez de sair com a amiga solteira) e te pergunta – quando você diz pra ele cair fora porque é comprometida – se você sabe o que o seu namorado está fazendo naquele minuto. Chega o seu amigo que já passou por essa situação e manda você fazer marcação cerrada, porque homem é tudo igual e quando bebe esquece do estado-civil. É difícil, depois desse bombardeio, a confiança ficar intacta, ainda mais se você telefona pra provar que todo mundo está enganado e o celular dele cai na caixa-postal... Acabamos gastando o precioso tempo dos encontros discutindo a relação enquanto poderíamos estar repondo o tempo perdido.

Quem passa a maioria dos dias longe do namorado sabe como é chata a condição de se ter que ir embora bem na melhor parte. Porque é assim: depois de separados por um período, não é a mesma coisa se encontrar como se vocês tivessem se visto na noite anterior. O reconhecimento demanda um tempo. Você estranha a pessoa um pouco. Vários pensamentos vêm à cabeça: “Que blusa nova é essa?”, “Da última vez ele não estava de cavanhaque.”, “Quem são esses amigos que eu não conheço?”, “Que gíria diferente é essa que ele aprendeu a usar?” Coisinhas bobas, que quem convive no dia-a-dia não tem que passar, pois sabe de quem ele pegou a gíria, acompanhou o crescimento do cavanhaque, ajudou ele a comprar a blusa, viu ele fazer a nova amizade. Você demora um tempinho, mas acaba se acostumando e até gostando das novidades. Então, bem nesse momento, você olha o calendário e vê que já vai embora amanhã. No próximo encontro outras novidades terão tomado lugar dessas que você já conhece e lá vai você passar por outra adaptação.

Só quem namora à distância sabe o quanto é difícil uma despedida. Ele pode viajar por apenas três dias. Se vocês estivessem na mesma cidade, poderia ser até que nem se encontrassem nesse período, mas pelo menos vocês tinham a certeza de estar ali, a poucos minutos de distância. Mas basta que ele feche a mala que o seu coração se fecha também... é que os momentos passados juntos são tão valiosos que dá medo se separar. Medo do avião, do ônibus, da estrada, do destino.

Quem passa a maioria dos dias sem o namorado perto sabe como é fria a cama na segunda-feira posterior a um fim de semana passado juntos. Dá uma tristeza sem fim olhar para o lado e deparar com aquele espaço imenso que ele deixou. Só resta abraçar o bicho de pelúcia que ele te deu e sonhar com o próximo encontro, torcendo para que ele venha logo e dure mais.

Só quem namora assim, de longe, sabe que mesmo com todas essas dificuldades, o amor compensa. Porque quando o namorado chega, o mundo fica mais colorido. Os poucos momentos são tão intensos que se estocam na memória, nos abastecendo até a próxima dose. E só quem namora desse jeito sabe o quanto é bom ter a esperança de que um dia aquela distância encurtará de vez e os encontros não terão prazo, necessidade e nem vontade de acabar...
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

domingo, 25 de julho de 2010


E de repente, você conhece alguém, que passa a fazer parte da sua vida, e mais rapido do que começou, isso termina, e você percebe que nunca gostou de alguém como gosta desse alguém, e ele te faz falta, muita falta, e vocês nao vão mais ficar juntos. Você sai com outras pessoas, pra tentar esquecer, e quase consegue, pra depois perceber que uma pessoa nao te faz esquecer outra, e as coisas perdem meio que seu sentido essencial, e você quer ir nos lugares que esse alguém vai estar, mas ao mesmo tempo, tem medo de vê-lo. É uma necessidade que ao mesmo tempo é um pavor. E voce pensa em se declarar, de novo, mas hey, ele ja sabe. E você descobre que beijar bocas aleartórias não tem mais a minima graça e os programas que você adorava, ja nao te divertem, e que tudo, exatamente tudo, vai te lembrar o que voce mais quer esquecer e ao mesmo tempo, o que você mais deseja lembrar.E por fim, descobre que seu quarto, de porta fechada, é o melhor lugar do mundo.

domingo, 18 de julho de 2010