
Desde sempre escutamos falar do amor. Mas o que é o amor? Ultimamente, ‘eu te amo’, é que nem bom dia. Malditos sites de relacionamento, maldito MSN. Conhece-se alguém hoje, e amanha já deixa um depoimento falando que ama. Mas não, o amor não é isso. O amor não é instantâneo. A humanidade está com sede de amor, de amor verdadeiro. Amor de todos os tipos. Incondicional. Seja amor de amigo ou aquele que os familiares não dizem. Mas, principalmentee, o amor Eros, aquele pelo sexo oposto. Aquele que te anula, que faz você perder a cabeça. É quando há reciprocidade. Quando um simples abraço gera um arrepio, um sorriso acelera o coração, que bate mais lenta e rapidamente ao mesmo tempo. Quando palavras são dispensáveis, pois os olhos falam por si só. E o corpo? Ah, o corpo. Esse insiste em nos delatar a todo tempo, quanto mais a mente tenta ser racional e não fazer loucuras, o corpo faz exatamente o contrario, deseja, incendeia.
Mas a banalização entre os sexos, o “ficar”, a falta de compromisso, elimina, erradica, esse sentimento que é a base da nossa existência. O ‘ amar ‘, vira ‘gostar’. O amor não surge, tem que ser construído, e construído aos poucos, para ter uma base sólida. O gostar não, ele aparece de repente, junto com a afinidade, e com a mesma rapidez que ele surge, ele some.
A falta do sentimento verdadeiro está chegando a um ponto tão extremo, mas tão extremo, que até o oposto do amor está em extinção. Assim como as pessoas não tem tempo nem seriedade para amar, não têm para odiar também. Com o ódio, você perde horas pensando, perde noites, fica indignado. Mas pelo menos se lembra da pessoa. Hoje, ninguém mais odeia ninguém, falta tempo para isso, falta disponibilidade. O ódio foi substituído pela indiferença. Indiferença. O sentimento mais terrível, mais destruidor, que alguém pode sustentar. O que é a indiferença? É nada. A pessoa vira um nada pra você. Tanto faz se ainda vive, se comprou um carro, se está triste, se está com um novo amor. Seria ótimo pro indiferente se fosse simplesmente isso, se deletasse a pessoa da memória e todos os problemas se resolvessem com o esquecimento. Mas felizmente pro resto da humanidade, existe a lei da ação e reação. Tudo que vai volta.